9 grandes empresas que já mudaram de ramo
Criar e administrar uma empresa é uma das funções mais difíceis e repleta de desafios no meio profissional. Mesmo grandes e conceituadas multinacionais tiveram que trilhar um longo e tortuoso caminho para chegar onde estão.
Independentemente do tamanho de sua empresa, é necessário estar sempre aberto para novas oportunidades e ofertas mesmo que elas sejam muito distantes do seu atual campo de trabalho. Grandes empreendedores e grandes empresas nem sempre atuaram da mesma forma, passando por ramos totalmente diferentes dos quais os consagram hoje em dia.
Seja por evoluções tecnológicas, apostas arriscadas, (in)felizes coincidências ou até mesmo apuros financeiros, muitas empresas chegaram ao topo desenhando – e, principalmente, redesenhando – o próprio caminho. Entre passados inusitados e futuros incertos, listamos 9 empresas que se inventaram e reinventaram ao longo dos anos. Confira abaixo, seguindo a ordem cronológica das reviravoltas empresariais:
1. Tiffany & Co.
A empresa: Muitos anos antes da bonequinha de luxo Audrey Hepburn pensar em tomar um café da manhã em frente à vitrine da luxuosa joalheria Tiffany’s, a empresa estadunidense atuava em um ramo bem diferente. Fundada em 1837 por Charles Lewis Tiffany e Teddy Young, a “Tiffany & Young” funcionava inicialmente como um empório de artigos de papelaria e bens sofisticados. No seu catálogo estavam enfeites, relógios, cintos, produtos para a pele e cabelo, aparelhos de jantar e até escarradeiras.
Novo negócio: Quando Charles Tiffany assumiu sozinho o controle da firma, em 1853, encurtou o nome da empresa e direcionou os negócios para as joias. O “Rei dos Diamantes”, como era chamado, estabeleceu assim o império azul, que se estende por todo território mundial.
2. Jacuzzi
A empresa: A história da empresa começou por volta do ano de 1900, quando os sete irmãos da família Jacuzzi desembarcaram nos Estados Unidos. Os italianos logo começaram a trabalhar no país como maquinistas e, juntos, fundaram a empresa Jacuzzi Brothers, especializada na fabricação de aeronaves.
Novo negócio: Nada de oscilações econômicas ou visão de mercado – o que motivou a mudança no curso da empresa italiana foi uma tragédia familiar. Com a morte de Giocondo Jacuzzi em um acidente sofrido em um dos aviões fabricados na empresa, em 1921, os irmãos decidem dar fim à fabricação de aeronaves. Em 1925, a empresa aplicou seu know-how em bombas hidráulicas agrícolas, criando um equipamento especial para poços profundos. O conhecimento seria aplicado anos depois em – agora sim – banheiras! Em 1955, o novo produto passou a ser comercializado oficialmente e se tornou um sonho de consumo caseiro. Com a expansão das redes de spas em 1970, a empresa desponta no mercado – hoje suas banheiras de hidromassagem, chuveiros, pias etc. são distribuídos em mais de 60 países.
3. 3M
A empresa: Em 1902, cinco empresários decidiram sair à procura de depósitos de minérios na região dos Grandes Lagos, nos Estados Unidos. Sem sucesso na empreitada, os desbravadores resolveram transferir a recém-criada empresa de Mineração e de Manufatura de Minnesota, a 3M, para a cidade de Duluth, que passaria a fabricar abrasivos.
Novo negócio: Richard G. Dew, um jovem assistente de laboratório, foi o responsável por mudar o rumo da empresa em 1925, quando criou a fita de mascaramento. O produto pioneiro foi ainda mais importante porque permitiu o desenvolvimento de uma série de outras fitas aderentes e sensíveis à pressão. Na década de 80, a empresa cria também os Post-its, bloquinhos responsáveis por revolucionar a “indústria dos recados”. De depósitos minerais para o armário – grande parte do catálogo de produtos da empresa está na sua casa: fita adesiva, fita isolante, blocos de recados adesivos e até produtos de limpeza.
4. LG
A empresa: Lak-Hui Chemical Industrial Company – foi com este nome que a LG nasceu, em 1947, na Coréia do Sul. No começo, nada de TVs ou eletrônicos em sua cartela de produtos. Como o nome original denuncia, a empresa fundada por Koo In-Hwoi produzia produtos químicos, principalmente os de limpeza. Em 1952, a empresa se torna a primeira do país a adentrar a indústria dos plásticos, criando o braço Goldstar Co.
Novo negócio: Em 1958, a fusão entre Lak-Hui (lê-se “lâqui”) e Goldstar dá início à produção dos produtos que viriam a definir a empresa em nível internacional, com o desenvolvimento de rádios e, em seguida, diversificação nos eletrônicos e aparelhos de telecomunicações. Para competir no mercado ocidental, em 1995 assumiu o nome LG, e a logo sorridente que anuncia: Life’s good.
5. Xerox
A empresa: O dicionário não deixa mentir – “xerox” é, além de uma marca, sinônimo de “aparelho usado para tirar xerocópias”. Mas, antes da empresa estadunidense se tornar forte a ponto de ser dicionarizada, o termo sequer constava em sua razão. Fundada em 1906 e batizada Haloid Photographic Company, a empresa fabricava papéis fotográficos.
Novo negócio: Tudo mudou com o desenvolvimento da primeira máquina fotocopiadora. Lançada em 1959, a Xerox 914 foi um sucesso e fez com que em 1961 a empresa optasse por adotar o nome Xerox Corporation, dando continuidade à produção dos produtos que hoje fazem parte do nosso dia-a-dia. A Xerox sempre esteve ligada a avanços importantes e desenvolvimentos tecnológicos – criou em 1969 a impressora a laser e, na década de 70, deu o pontapé inicial para a criação dos computadores pessoais (os PCs), com a criação do pequeno Xerox Alto. De fabricante de papel fotográfico a vendedora de toner, tinta, softwares, scanners e impressoras, a Xerox trilhou um prolífico (e bem sucedido) caminho.
6. Nintendo
A empresa: Os populares games e consoles da Nintendo podem até fazer você pensar que ela está nesse ramo desde sempre, mas a empresa fundada em 1889 por Fusajiro Yamauchi, no Japão, tem origem pouco high tech. A Nintendo Playing Card Co. Ltd., como era chamada então, produzia e comercializava os cartões do Hanafuda, popular baralho japonês usado em diferentes tipos de jogos – incluindo os de azar. E o passado inusitado não termina aí: temendo limitar o potencial de crescimento da empresa focando os negócios apenas nas cartas, a empresa, comandada pelo neto de Fusajiro, Hiroshi Yamauchi, foi renomeada Nintendo Co. Ltd e, entre os anos de 1963 e 1968, investiu capital em negócios dos mais diferentes nichos – incluindo companhias de táxi e redes de motéis (!). As empreitadas não deram muito certo, como se poderia imaginar.
Novo negócio: Foi em 1974, com a obtenção dos direitos de distribuição do pioneiro console de videogames Odyssey 100, da Magnavox, que a Nintendo deu seu primeiro passo rumo à criação dos icônicos Game Boy, Super Nintendo, Wii e 3DS. Em 1977, a empresa já começava a chamar a atenção com o desenvolvimento de seus próprios consoles e os lançamentos dos games Donkey Kong, em 1981, e Super Mario Brothers, em 1985, firmaram de vez a empresa no ramo.
7. Nokia
A empresa: Uma história construída com papel, borracha e cabos de energia: tudo começou quando o engenheiro de minas Fredrik Idestam, fundou, em 1868, uma pequena fábrica de celulose na Finlândia, perto da cidade de Nokia. Em 1871, junto de Leo Mechelin, cria a Nokia Company. O novo sócio desejava expandir os negócios da empresa para o ramo da energia elétrica, empreitada que se concretiza em 1902.
Novo negócio: Em 1967, a empresa passou a integrar um grande conglomerado industrial, que já sinalizava o caminho que viria a ser seguido: ao lado de produtos como papel, pneus, sapatos e botas de borracha, estavam telefones, telégrafos, cabos elétricos e televisores. Na década de 1990, o então CEO da empresa, Jorma Ollia, deu adeus às divisões da empresa dedicadas a borracha e aos cabos, e decidiu centrar todos os esforços no mercado das telecomunicações. O resultado pode ser visto na gama atual de produtos da empresa: além de celulares, smartphones e dispositivos móveis, desenvolve também aplicativos e jogos para seus aparelhos.
8. Tectoy
A empresa: Fundada no estado de São Paulo em 1987, a Tectoy foi criada para o desenvolvimento de jogos eletrônicos – um nicho pouco explorado por empresas brasileiras até então. Ela logo firmou um contrato que definiria a empresa pelos anos que se seguiram: se tornou a representante exclusiva da Sega Enterprises no país. Com o acordo, a empresa não só se tornou responsável pela fabricação nacional de todos os consoles da gigante japonesa – incluindo os inesquecíveis Master System, de 1989, Mega Drive, de 1990, e o Dreamcast, em 1999 - como também garantiu à Sega 80% do mercado brasileiro de games no início da década de 90, período em que a Nintendo ainda não tinha representante regional. O cenário favorável permitiu que a Tectoy fosse responsável pela tradução de vários jogos para o português e que conduzisse adaptações dos games para o contexto nacional, com personagens como a Turma da Mônica e o Chapolin Colorado. A empresa brasileira também cuidou do desenvolvimento da versão brasileira de jogos como Street Fighter II, para Master System, e Duke Nukem 3D e Pica-Pau, para Mega Drive.
Novo negócio: A Sega parou de fabricar o Dreamcast em 2001, apesar de a divisão japonesa continuar produzindo jogos até 2007. Mas, mesmo antes da empresa japonesa tomar novos rumos, a Tectoy optou por diversificar sua cartela de produtos. Desde 2000 a empresa comercializa karaokês, MP3 players, DVD players e, mais recentemente, Blu-ray players. Em 2005 foi criada ainda a Tectoy Mobile, distribuidora de jogos para celular desenvolvidos por empresas como a antiga parceira Sega Mobile, In-fusio e Bandai.
9. Kodak
A empresa: Registrada em 4 setembro de 1888, por George Eastman, a Kodak tem sua origem atrelada à câmera e ao filme fotográficos. Neste mesmo dia, o americano registrou também a patente de sua câmera analógica, que abriria as portas do mundo da fotografia aos amadores. Durante grande parte do século XX, a empresa se manteve a frente da concorrência – chegando a representar 90% do mercado das vendas de filmes fotográficos nos Estados Unidos. Era um verdadeiro “momento Kodak” – expressão que passou a definir os momentos que deveriam ser gravados e salvos para a posteridade.
Novo negócio: Apesar de ter sido pioneira no desenvolvimento da câmera digital, produzindo a primeira ainda em 1975, a empresa relutou em comercializar o produto, temendo ameaçar seu próprio negócio. Talvez isso tenha causado a decadência da Kodak, que, nos anos 1990, fez uma transição lenta para a fotografia digital. Nos anos 2000, a empresa fechou fábricas de filmes investiu pesado em inovação na esperança de aumentar sua margem de lucro. Mas, as ações que chegavam a custar U$90 em 1997, haviam despencado para U$ 0,76 em janeiro de 2012. Naquele mês, a Kodak pediu proteção contra falência e, no mês seguinte, fez o anúncio: “a produção de câmeras digitais e câmeras de vídeo portáteis acabou”. Em agosto de 2012, novos cortes: a empresa anunciou a venda de sua tradicional divisão de filmes, e também a de scanners comerciais e quiosques. Todas as fichas da empresa estão agora nas impressoras, novo principal produto Kodak. Será que ela vai conseguir se reinventar?
Fonte: super.abril.com.br
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