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29 de julho de 2010

Como evitar a falta de produtos nas prateleiras

O desafio da reposição eficiente nas gôndolas - Ilha no reabastecimento é a principal causa de rupturas nas gôndolas

Todos os esforços dos fabricantes, distribuidores, atacadistas, transportadoras, operadores logísticos e varejistas para assegurar
que os produtos estejam disponíveis na gôndola no momento em que o consumidor vai à loja podem ser frustrados se não houver uma reposição eficiente desses itens. Ou seja, de nada adianta a mercadoria estar no estoque da retaguarda, se, na hora de realizar a venda, o consumidor não tiver acesso a ela.

Quando trabalhamos de acordo com os princípios da "supply chain" e procuramos harmonizar informações e operações do fabricante (muitas vezes até de seus fornecedores), dos operadores logísticos, da estrutura de retaguarda do varejo e até da loja, nos sentimos verdadeiros vencedores ao conseguir realizar o objetivo maior da logística: chegar com o produto certo, na hora certa, até a loja, sentimo-nos verdadeiros vencedores ao conseguir realizar o objetivo maior da logística: chegar com o produto certo, na hora certa, até a loja, entregando-o em perfeitas condições no depósito, nos últimos metros que o separam da gôndola, cuja exposição é de responsabilidade dos repositores, contratados pelo fornecedor ou pelo próprio varejo.

Para que o trabalho de reposição possa ser realizado com satisfação, é necessário ter uma estrutura operacional bastante eficiente, uma vez que o estoque da gôndola pode ser totalmente consumido a qualquer instante. Operar de maneira eficaz, assumindo como premissa que os itens para reposição estejam disponíveis na retaguarda, requer:

  • estimar o volume adequado de itens expostos, não apenas para melhor exposição, mas assegurando que haja quantidade suficiente na gôndola para dar cobertura às vendas até a próxima reposição;

  • não basta repor: é imperativo que seja respeitado o planograma (microlocalização dos produtos na gôndola) e que haja uma clara política do que fazer diante de ocorrências de ruptura. Deixar o espaço vazio, o que recomendamos fortemente, ou preenchê-lo com outros produtos, sob o risco de causar uma série de problemas posteriores?
  • ter um sistema de acompanhamento da saída das mercadorias, não somente pelo caixa - este deve estar integrado ao sistema de reposição, pois ali é registrado tudo o que foi retirado e, portanto, deve ser reposto -, mas também de duplo controle, visual, uma vez que, especialmente em grandes lojas, o estoque da gôndola pode ter sido todo colocado em carrinhos de clientes que ainda estão na loja e não passaram pelo caixa, ou até mesmo furtado. O controle deve focar em especial itens de alto giro e promocionais;
  • organização e agilidade na retaguarda, para encontrar, separar e repor no menor prazo possível os itens vendidos, mantendo os registros atualizados para que não sejam geradas faltas;
  • controles de perdas, em geral de perecíveis, quando, além da venda, podem ocorrer descartes de produtos inadequados à comercialização, cujas saídas necessitam ser registradas e computadas no sistema de reposição. O mesmo princípio vale para casos de desvios, furtos, etc., que infelizmente existem no varejo em geral, com maior incidência em determinadas categorias.
Além das questões de estrutura e sistemas, é fundamental a presença de repositores, em número suficiente para as necessidades de reabastecimento ao longo de todo o período de operação da loja, com qualificação adequada e,o principal,trabalhando de forma integrada com as demais equipes que atuam na loja.

É cada vez mais comum que varejistas incluam em suas negociações com os fornecedores a cessão de repositores. A presença desse recurso na loja, aparentemente sem custo, estimula muitos a solicitar desses funcionários um crescente número de tarefas, tais como limpeza, informações, arrumação, degustação, etc.

Por não estarem definidas com clareza as atribuições desses repositores terceirizados, além do modelo de reporte matricial, em que de um lado respondem a quem paga pelos seus serviços e, de outro, também devem atender às solicitações dos gestores da loja, o trabalho muitas vezes é ineficiente. Seja pelo conflito entre a reposição e as outras tarefas solicitadas, ou pelo próprio modelo de operação, especialmente quando o repositor permanece apenas algumas horas por dia na loja, deixando a gôndola desabastecida se a demanda absorveu todo o seu estoque antes do próximo horário de reposição.

Assim, é necessário que o varejista disponibilize de repositores, próprios ou terceirizados, em qualquer proporção, durante todo o período de funcionamento, bem como de uma estrutura de relacionamento clara com os profissionais cedidos telos fornecedores, inserindo-os na equipe para que conheçam os sistemas, a hierarquia e os processos físicos e administrativos da loja. É fundamental ainda um sistema de acompanhamento da saída dos produtos e de indicadores claros da necessidade de reposição antes que a gôndola esteja vazia.

Sem isso, corre-se o risco de serem aniquilados todos os ganhos obtidos pela operação de uma cadeia eficiente, quando a mercadoria está na retaguarda da loja e a poucos metros dali, a gôndola fica vazia.

Fonte: ECR Brasil