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18 de outubro de 2011

Como utilizar as cores no ambiente de trabalho


Todas as atividades humanas são influenciadas essencialmente por três fatores – físico, cognitivo e psíquico – cuja conjugação adequada permitirá projetar ambientes seguros, confortáveis e eficientes para diferentes propósitos


O estudo das cores, embora seja visto por grande parte das pessoas como um fator ambiental secundário na concepção dos espaços de trabalho, é um recurso fundamental, na medida em que contribui não só para a segurança, ordenação do espaço e auxílio na orientação, mas também para a saúde e bem-estar dos trabalhadores e clientes.

O uso da cor não deve ser apenas considerado no âmbito estético, mas devem ser levadas em consideração as diversas funções de um espaço, tanto no que se refere à sua utilidade, como no que toca às exigências psicológicas do meio e dos frequentadores.


 
Também o branco pode ser utilizado “intencionalmente”, neste caso fazendo sobressair o pavimento em madeira – ela própria uma cor 
A cor pode ser o “fundo” onde se destacam elementos em tons neutros – preto e branco


As Cores e o Espaço


As cores transmitem mensagens e tendem a predispor para determinados estados de humor, desencadeando emoções, modificando comportamentos e, por vezes, alterando o funcionamento do organismo. É através dos sentidos, especificamente da visão, que somos informados sobre o meio externo. Através da luz nos é facultada informação relativa à configuração espacial, permitindo-nos o equilíbrio postural e possibilitando-nos reconhecer os objetos enquanto forma, cor, tamanho, mobilidade e luminosidade.


 
 
O amarelo contrastante permite assinalar os diferentes vãos ao longo da parede azul, criando ritmo a uma zona de espera/passagem 
  A transição para a zona de copa, em tons claros e vivos, faz-se através de um corredor cujas dimensões se tornam ainda mais intimistas pelo uso do laranja


A escolha de cores adequada pode ser usada para tornar mais agradáveis os ambientes de trabalho ou amenizar condições menos favoráveis, como a monotonia de certas tarefas, suscitando entusiasmo e dinamismo. O estado de espírito de um indivíduo, ao fim de um dia de trabalho, dependerá em muito da influência do ambiente. Uma sala de repouso, um gabinete de reuniões, salas de aulas de uma escola, um hospital ou uma indústria, deverão recorrer à predominância ou combinações de cores que melhor possam condicionar o indivíduo relativamente às solicitações ou características da sua atividade. 

Estados de depressão, de melancolia ou fadiga, são consequências comuns da permanência prolongada ou da realização de actividades em ambientes em que a escolha das cores não atendeu aos seus possíveis efeitos.


 
 
A oposição entre o lado em betão e negro, e a madeira e branco 
O vermelho marca os elementos da entrada, destacando-a para quem chega


Cuidados a ter


Para a concepção de ambientes de trabalho adequados, devemos aliar à funcionalidade do espaço aspectos agradáveis, convidativos e acolhedores. Devemos fugir das linhas frias, muito exploradas nos escritórios tradicionais, mas que transmitem uma imagem agressiva e hostil. A opção por um ambiente alegre, claro e limpo, que considere também aspectos relativos à iluminação, à ventilação, aos espaços abertos e áreas de circulação, predispõe favoravelmente o espírito dos habitantes do espaço.

O uso das cores pode representar não só um aumento de produtividade direta, mas também a redução da taxa de acidentes e de abstencionismo nas empresas. Pode suavizar problemas da estrutura física ao modificar a percepção do ambiente, tornando-o aparentemente: maior, mais alto, mais claro, etc.


O espaço físico de um local de trabalho deve ser concebido segundo uma análise cuidadosa das necessidades de seus ocupantes, adaptando a configuração das cores às características fisiológicas e psicológicas dos utilizadores.


Neste sentido, alguns cuidados são necessários para a obtenção de melhores resultados:

  • Ao optar por uma cor, decidir paralelamente o tipo de iluminação a ser adotado. Sabe-se que a iluminação afeta a percepção visual da cor.

 
 
O verde, tornado mais “fluorescente” pela iluminação, anima um espaço mais informal 
 O azul, presente apenas em alguns elementos, parece invadir o espaço, contrastando com o branco

  • Considerar que as cores frias sugerem ambientes maiores, aumentando percepção das dimensões de um espaço, enquanto que as quentes as diminuem. 

  • Evitar colocar cores contrastantes próximas, na área de trabalho, pois aumentam a fadiga. 

  • Dosar adequadamente as cores: as cores frias são convenientes para ambientes onde se deseja relaxamento, pela sugestão de temperatura agradável e de tranquilidade mas, quando em excesso podem tornar o ambiente depressivo e monótono (Fazendo todos dormirem durante uma reunião!). As cores quentes, embora atuem favoravelmente na vitalidade, em quantidade exagerada geram stress e até mal estar, tornando os indivíduos mais predispostos a discussões. 

  • Quebrar a monotonia de um ambiente pelo uso de cores estimulantes. 

  • Usar cores diferentes para separar áreas distintas: trabalho, lazer, descanso, etc. 

  • Observar que objetos menores, tais como móveis e equipamentos de informática devem ser considerados como elementos de integração e/ou contraste de cor.

 
 
Num ambiente aberto e limpo, com grandes superfícies de madeira e branco, a parede verde assinala um elemento de centralidade 
As superfícies do mobiliário foram utilizadas para a introdução do amarelo, em contraste com os restantes tons presentes, mais neutros (repare que se o amarelo fosse utilizado sobre as mesas, tornaria o local de trabalho enjoativo)


O Impacto das Cores


Os exemplos abaixo ilustram sinteticamente a aplicação do estudo da cor, exemplificando a atuação desta, não só na reação psicológica de uma pessoa, mas na qualidade do espaço:


Amarelo – cor quente, estimulante, de vivacidade e luminosidade. Tem elevado índice de reflexão, e sugere proximidade. Se usado em excesso pode tornar-se monótono e cansativo. Boa para ambientes onde se exija concentração, pois atua no Sistema Nervoso Central. É utilizado terapeuticamente para evitar depressão e estados de angústia.


Azul – está associado, na cultura Ocidental, à fé, confiança, integridade, delicadeza, pureza e paz. O azul-escuro dá a sensação de frieza e formalismo.


 
 
O amarelo torna o espaço de entrada, de imagem mais formal, um lugar mais quente e acolhedor
O azul escuro do pavimento reflete-se no branco do teto, fazendo sobressair as cores mais luminosas dos espaços circundantes


Laranja – cor estimulante e de vitalidade. Está relacionada com ação, entusiasmo e força. Possui grande visibilidade, chamando a atenção para pontos que devem ser destacados.


Rosa – aquece, acalma e relaxa. Está ligado à fragilidade, feminilidade e delicadeza.


Verde – quando em tom claro transmite sensação de paz e bem-estar. É uma cor que sugere tranquilidade. Tons escuros desta cor tendem a deprimir. 


Vermelho – cor estimulante. Desperta entusiasmo, dinamismo, ação e violência. Dá sensação de calor e força, estimulando os instintos naturais e sugerindo proximidade. Se usada em excesso pode irritar, desenvolver sentimentos de intranquilidade e despertar violência.


 
 
A iluminação e a aplicação da cor verde também através da imagem ajudam a transmitir uma sensação de natureza
O vermelho faz sobressair alguns elementos arquitecturais nesta recuperação

Violeta – em excesso torna o ambiente desestimulante e agressivo, leva à melancolia e depressão. Sugere muita proximidade, contato com os sentimentos mais elevados e com a espiritualidade. Assim como o vermelho, o azul-escuro e o verde-escuro, não se recomenda o uso em grandes áreas.

Veja aqui um infográfico sobre A influência das cores para os consumidores

Autor: Tiago Galo
Fonte: Planetacad.com