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14 de julho de 2015

Como utilizar uniformes na empresa


Profissionalismo, organização, asseio, segurança, confiança. Muitas são as mensagens que uma equipe uniformizada passa para clientes e fornecedores e que justificam o investimento no uniforme, que pode ser aliado de um trabalho de fortalecimento
de marca e se tornar diferencial no atendimento. Mais do que isso, a opção pelo uso do uniforme evita problemas causados pela atual perda de referência no que se refere ao modo de se vestir no ambiente corporativo. “As empresas estão preocupadas, o código de vestimenta se perdeu e hoje as pessoas acham que vale tudo”, comenta Alana Rodrigues Alves, consultora de imagem de empresas como SBT e Serasa que tem visto aumentar o número de pedidos de palestras para ajudar as empresas a  orientar melhor os funcionários sobre o jeito de vestir.

Para Alana, o uniforme evita os comentários sobre o estilo adotado por determinado colega e elimina problemas causados pela roupa mais decotada ou curta de uma funcionária, por exemplo. “Com a instituição do uniforme, corta-se o mal pela raiz”, afirma, lembrando que os colaboradores são o cartão de visita da empresa e serão os responsáveis pela primeira impressão a ser fixada pelos clientes.

O empreendedor pode definir que toda ou parte da equipe está obrigada a usar uniforme. O empregado não pode se recusar a usar e o descumprimento pode levar à demissão por justa causa. No entanto, o custo deve ser totalmente assumido pela empresa, embora o colaborador seja responsável pela reposição da peça no caso de perda ou dano.  “Mas como não há legislação específica que regulamente a questão, o ideal é estabelecer por escrito uma política de uso”, aconselha Fabíola Marques, sócia do Abud Marques Advogados Associados e ex-presidente da AATSP (Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo).

A advogada explica que, no caso de um uniforme danificado pelo empregado, por exemplo, a reposição é de responsabilidade do empregado quando o dolo é comprovado, ou seja, nos casos em que houver clara intenção de prejudicar a empresa. Como é algo desgastante para provar, um acordo previamente combinado e assinado entre as partes, estabelecendo que em qualquer situação, intencional ou não, o valor exato do custo do uniforme será descontado do salário, resolve a discussão. “Não se pode impor tipo algum de multa, ou seja, o valor deve servir para a reposição daquilo que foi danificado e nada mais”, alerta Fabíola, que recomenda o bom senso. “Se ficou claro que o dano foi involuntário, acredito ser interessante para a empresa bancar a reposição”.

A fórmula apontada pelas consultoras para o sucesso na implantação do uniforme envolve bom senso e envolvimento dos empregados. “De modo geral, os colaboradores não gostam de usar uniforme, principalmente as mulheres”, revela Alana.  Por isso, ela sugere valorizar a opinião de quem vai usar. Vale promover uma conversa para identificar o que a equipe pensa, explicar a boa impressão que o uniforme causa nos clientes e, principalmente, propor a discussão de qual seria o melhor modelo, apresentando opções para votação.

Formalização da política do uso do uniforme

Fabíola ressalta o que deve conter um termo que apresenta a política do uso do uniforme na empresa. Lembrando que as orientações valem apenas para os uniformes usuais e não para aqueles chamados de EPI (Equipamentos de Proteção Individual), ou seja, capacetes, máscaras, luvas entre outros que visam a segurança do funcionário. Estes possuem regras específicas de acordo com o tipo de risco que a atividade envolve. Ela recomenda que o texto final seja produzido com a ajuda de um advogado para evitar a inclusão de itens que possam ser considerados abusivos, invalidando o documento.

Tendo isto em mente, veja o que não pode faltar:
  •      Indique quais setores da empresa estão sujeitos ao uso do uniforme
  •      Explicite quais peças compõem o uniforme e no caso do não fornecimento de calçados, por exemplo, defina as cores admitidas e o modelo. Isso de forma genérica para não caracterizar definição. Caso contrário, a empresa deverá fornecer para o funcionário sem custo
  •      Informe de quem é a responsabilidade pela lavagem das peças. Na maioria das vezes é do empregado, mas a empresa pode querer assumir esta responsabilidade
  •      Indique as recomendações de lavagem de cada peça, alerte sobre o uso de alvejantes, se a peça solta tinta, se pode ir à máquina de secar etc.
  •      Explique quais serão as penalidades no caso do descumprimento da obrigação do uso (sequência de advertência que pode levar à demissão por justa causa, por exemplo)
  •      Deixe claro que, no caso de eventuais danos ou perda das peças do uniforme, o valor necessário para reposição será descontado do próximo pagamento
  •      Faça o colaborador assinar um termo de que está ciente das regras

Dicas para uma boa escolha

Alana detalha os principais pontos a serem levados em conta na escolha do uniforme para a equipe. Confira:

Tecidos - A dica é escolher tecidos que não amassem, sejam mais difíceis de sujar e que possam ser lavados seguidas vezes sem perder suas características. O mais utilizado é o tipo Oxford, atraente pelo baixo custo - cerca de R$ 3 o metro -, mas que costuma ter aspecto de roupa de qualidade inferior. Se puder, procure um meio termo, que seria o Two Way, um tipo de Oxford com elastano - cerca de R$ 4 o metro - ou ainda a chamada Lã Fria - R$ 9.

Cores - Mesmo uma empresa cuja identidade visual tenha cores fortes, o melhor é escolher cores escuras, que passam respeito e profissionalismo, com padrão simples, sem estampas, só com o logo da empresa em base neutra.

Estilo - Se o negócio da empresa pedir um clima mais informal, pode-se inovar e trocar os usais terninhos por um jaleco ou sobretudo ou mesmo um avental.

Calçados - Os sapatos devem ser sempre fechados. Isso garante boa aparência independente do estado em que se encontrem pés e unhas de quem os utilizará. Em ambientes mais informais são aceitas sapatilhas ou tênis básicos, mas nunca as chamadas rasteirinhas, que deixam todo o pé à mostra. Se a opção for por salto para as mulheres, estes devem ser de altura média e mais grossos, podendo ser combinados com o uso de meia calça. Em roupas de tons claro, como gelo, o sapato pode ser cinza; no caso de tecido cinza, caem bem sapatos da cor pinhão; no caso de peças pretas ou azul marinho, o ideal é usar sapatos pretos.

Quantidade - Duas unidades de cada peça são suficientes para o dia a dia, pois uma pode ser usada enquanto a outra está sendo lavada. No caso de peças brancas, recomenda-se fornecer três unidades.

Frio - Uma boa solução para dias frios é o uso de cardigã  por baixo da blusa a ser usada no terno. Homens podem usar coletes.

Customização - Para empresas com equipe pequena, que não terá as vantagens de compras em grande volume no caso de peças prontas, produzir seus próprios uniformes pode ser interessante. Isso dá liberdade na definição do modelo, que pode fugir do tradicional e envolver golas e punhos diferentes. Uma consultora de imagem pode ajudar nesta escolha, que deve ter a identidade da empresa. A vantagem é que, neste caso, pode-se contratar uma costureira para ir até o local tirar as medidas dos colaboradores para produzir peças sob medida para cada um, garantindo conforto e elegância.

Fonte: Santanderempreendedor.com.br