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14 de julho de 2015

Como transformar sua idéia em um negócio rentável e de sucesso



Quem poderia imaginar que um pequeno pedaço de papel amarelo com cola na ponta pudesse ser uma grande invenção no mundo pós-moderno? Foi acidentalmente que o engenheiro Art Fry, no início dos anos 80, à época funcionário
da 3M, descobriu utilidade para uma cola pouco adesiva criada por Spencer Silver, um colega de trabalho. A invenção, porém, foi vista como mais uma esquisitice pela maioria da população, que não tinha idéia do quão poderia ser útil ter o post-it para anotar seus recados. Hoje, mais de 20 anos após o surgimento do invento, ninguém duvida da importância do feito do engenheiro. 

O fato, aliás, leva muitos empreendedores a se perguntar: como, afinal, fazer uma idéia inovadora ser financeiramente viável?


Não existe fórmula mágica para criar um produto de sucesso. Seja beijando a musa inspiradora ou encontrando oportunidades a partir da demanda de um nicho de mercado específico, suas idéias podem ou não dar certo. É claro que, com planejamento, as chances de seu negócio deslanchar são muito maiores.


Da sua cabeça para o mercado


Especialistas dão as dicas para que, mais do que dar asas à sua imaginação, você confira estabilidade e condições de voo na hora de "sua cria" sair do ninho. Na opinião do professor do Ibmec São Paulo, Dirk Thomaz Schwenkow, existem nove passos fundamentais a serem seguidos:
  • refletir sobre sua capacidade de inovação;
  • analisar o mercado;
  • identificar oportunidades;
  • definir o produto ou serviço;
  • estabelecer metas;
  • segmentar e posicionar seu produto;
  • definir estratégias de venda;
  • pensar em como implementar as estratégias para atingir resultados;
  • refletir sobre os resultados.
"Algumas empresas fazem isso de forma mais intuitiva; o melhor é fazer de forma estruturada", defende.

Depois de pensar nesse mini-planejamento, o professor acredita ser necessário fazer três perguntas básicas: por que meu cliente compraria isso? Eu realmente sei e gosto de fazer isso? Meus potenciais clientes estão dispostos a pagar o preço que necessito pelo meu produto? "Identificar o comprador, sua disposição para trabalhar em uma determinada área para o resto da vida, e mais, vislumbrar a aceitação do produto perante o consumidor são questões que não podem pegar o empreendedor de surpresa. As respostas devem estar enraizadas desde sempre em sua cabeça", acredita.


O professor da FGV-EASP (Escola de Economia e Administração da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo), José Augusto Corrêa, também acredita que um negócio de sucesso deve partir de uma idéia inovadora que tenha a ver com o espírito do empreendedor. Ou seja: criador e criatura precisam estar em equilíbrio. "Não adianta criar o produto do século se não te agradar a idéia de trabalhar com isso o resto da vida", opina. Isso, porém, não significa que você precisa abandonar a idéia, mas pensar em uma estratégia que evite desgastes futuros. "Trazer para o negócio especialistas interessados em crescer com sua idéia é uma boa decisão", acredita. Aliás, buscar apoio de pessoas especializadas no ramo é uma dica extremamente valiosa. "Não adianta achar que, porque a idéia foi sua e, como consumidor, ela lhe parece genial, ela vai ser um negócio de sucesso. É sempre importante ter uma visão de quem entende do nicho em questão", reforça.


A benção da criatividade


Muita gente pensa que criatividade é um dom, ou seja, quem tem tem, quem não tem está fora do universo do empreendedorismo. Fora do Brasil, este conceito é trabalhado de forma bastante diferente, ou seja, nas universidades existem especialistas lecionando sobre criatividade, e mais, há cursos de graduação voltados para o fomento desta característica nos jovens. Por aqui, assim como o ensino do empreendedorismo, este conceito chegou de forma tardia. Por uma questão de necessidade, muitos brasileiros foram se descobrindo empreendedores na prática. No entanto, nos últimos anos, as universidades que se preocupam com o fomento do empreendedorismo vêm discutido amplamente este conceito de criatividade e inovação.


A FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), por exemplo, conta com um centro de empreendedorismo e criatividade para mostrar ao jovem que ele pode, sim, ser estimulado. Segundo o diretor da área de pós-graduação da FAAP, Victor Mirshawka Júnior, é possível desenvolver, e muito, o poder criativo de uma pessoa com atividades educacionais, prática e treinamento. "Deve-se reconhecer que existem pessoas que têm mais potencial do que outras. Ainda assim, se você aliar a propensão ao treino e ao desenvolvimento você pode conseguir ótimos resultados", diz.


Schwenkow, do Ibmec São Paulo, que lecionou na Europa durante 10 anos sobre criatividade, acredita ser plenamente possível desenvolver novas idéias utilizando técnicas específicas. "Nas empresas o gestor chega para o funcionário e diz: preciso de uma idéia brilhante para amanhã às 15h00. E, aí? Existe um termo em inglês chamado brainstorm que é uma das técnicas empresariais mais utilizadas na hora de se estimular a criatividade, veja como usar o Brainstorm nas reuniões. O que precisamos é trazer para os alunos essa visão que o mercado, principalmente no exterior, já possui", explica.

Fonte: Banco Real