Entendendo o conceito de comunicação na propaganda
Antes da publicidade vem a comunicação. Você não pode ser um bom publicitário sem entender como as pessoas se comunicam nem um bom marqueteiro ou vendedor sem descobrir o que seus clientes querem ou gostam
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É a premissa sobre o qual essas atividades estão estabelecidas. Esse é o motivo pelo qual um futuro publicitário estuda na faculdade matérias como: teorias da comunicação, filosofia, sociologia, cultura, pesquisa — e não apenas planejamento, mídia, design, criação.
Entender os processos da linguagem é vital para se comunicar eficazmente com diferentes tipos de público. Muitas pessoas acham que todo publicitário é comunicativo e criativo. Arrisco dizer que publicitário é uma das profissões menos compreendidas; nenhum pai deseja que seu filho curse a faculdade de comunicação para trabalhar em agência de propaganda. (E olha que a maioria nunca entrou em uma.) Há muita coisa por trás de planejamentos de mídia, comerciais engraçados e da criatividade per se. Ou pelo menos deveria haver.
Antes de pensar em propaganda, é preciso entender que ela existe desde muito antes dos Classificados serem inventados (onde a publicidade surgiu oficialmente); que antes do branding, senhores feudais marcavam suas mercadorias para não perdê-las no meio da concorrência; e que social networking já era algo vital para o sucesso desde a época de Benjamin Franklin. De novidade mesmo, apenas os processos e as opções, mas em teoria, tudo já existia muito antes do seu avô chutar a primeira bola.
Isso é algo que merece ainda mais atenção na era das redes sociais, que têm sido vistas como a nova galinha dos ovos de ouro da publicidade. Por estar em alta, todos falam nela, querem usá-la e descobrir a fórmula mágica da viralização. O problema é que enquanto novas métricas e metodologias surgem, profissionais despreparados e campanhas sem sentido pipocam no mercado.
Entender de comunicação envolve saber que canal utilizar de acordo com a necessidade, o público e o objetivo. Significa saber que rede social é rede social e mídia traidicional é mídia tradicional, todas possuem pontos fortes e fracos e nenhuma faz milagre. É realmente preciso um bom planejamento, criatividade, conhecimento e execução impecável.
Os 4 tipos de comunicação
Seth Godin explicou bem os quatro tipos de comunicação utilizado pelas empresas e agências de propaganda e a conclusão que tiramos é que cada um é bem diferente do outro.
- Você fala de si mesmo para pessoas que querem ouvi-lo e se importam com você.
- Você paga para alguém carregar a sua mensagem de forma impessoal. (publicidade)
- Você paga para alguém falar de você, alguém com autoridade e influência. Costuma valer mais que propaganda, mais não gera demanda considerável. (RP)
- Os outros falam de você espontaneamente — em blogs, twitter e redes sociais. Ao contrário dos outros tipos, pode ser negativo e não se tem controle.
Não foi em um ou dois lugares que li sobre a falta de controle das novas mídias. Vários especialistas já destacaram a importância de se criar produtos e experiências memoráveis que mereçam ser espalhadas. Isso é tudo que você pode fazer. Isso é o principal a ser feito. Bill Bernbach já dizia que a propaganda fazia um mau produto fracassar depressa porque as pessoas saberiam que ele era ruim, mas ainda assim as pessoas precisavam comprá-lo. Hoje, basta um video no YouTube ou um post publicado em um blog de respeito (que será repassado) para as vendas caírem drasticamente. As pessoas estão falando mal de coisas que nunca compraram, sequer usaram. Comunicação é algo perigoso. E mortal quando não se sabe o que está fazendo.
Saber comunicar não é tagarelar, mas usar as palavras certas, no tom certo, com elementos visuais que reforcem ou complementem a mensagem, através do canal certo, com um objetivo em mente e sempre deixando espaço para o outro. Reveja seu conceito de comunicação e não confunda falar com comunicar.
Autor: Sylvio Ribeiro
Fonte: Pequenoguru.com.br
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