Seguir ou não os exemplos de negócios?
Mitos e verdades, veja a validade de expressões utilizadas no trabalho.
No mundo corporativo, várias palavras surgem e acabam sendo repetidas inúmeras vezes. Conheça algumas dessas frases e veja sua real aplicabilidade nos negócios e nas vendas.
Quem nunca escutou alguma expressão ou frase feita dentro do seu ambiente de trabalho. "Em time que está ganhando não se mexe" e "casa de ferreiro, espeto de pau!" são dois exemplos de expressões que acabam sendo bastante utilizadas no trabalho, às vezes, até como conceitos estratégicos para empresas. Mas o que será verdade ou mito na aplicação dessas expressões para o ambiente profissional? Será que seguir o conceito dessas frases ajuda no mundo dos negócios ou dentro do segmento de vendas?
Ivan Corrêa, sócio diretor da GS&MD e líder das práticas de gestão de mercadorias da Unidade de Consultoria de Operações, descreveu algumas dessas expressões bastante usadas no trabalho e revelou quais delas são verdades ou mitos dentro do trabalho. Confira:
"Em time que está ganhando não se mexe!"
Verdade se você deseja somente uma vitória temporária. O momento mais adequado para mexer em um time é exatamente quando ele está ganhando, quando é possível analisar a situação com mais tranquilidade e tomar decisões sem atropelos. Quando o time está perdendo, mexer não é mais uma opção: passa a ser necessidade. Com isso, a pressão por mudanças compromete a serenidade para os ajustes demandados.
"Estoque é investimento!"
Verdade, em ambientes altamente inflacionários. Para economias estáveis, o dito deveria ser outro: "estoque bom é aquele que deixa saudade!". Infelizmente parece perdurar a visão esperançosa de que altos níveis de estoques vão garantir sucessos de vendas. E os inventários vão descobrindo mercadorias fossilizadas, estocadas há dois, três, quatro anos.
"Vendas é barriga no balcão!"
Verdade desde que a rede seja composta por uma ou poucas lojas. Na medida em que a rede de lojas cresce, a barriga no balcão impede que se tenha a visão do todo, dificultando tremendamente os processos de gestão comercial. E se o crescimento da empresa alcança novas regiões, com distâncias geográficas crescentes, a complexidade das operações cresce junto, principalmente em relação às mercadorias.
"O olho do dono é que engorda o gado!"
Verdade, se você é dono de um único boi e assim desejar permanecer. Esse ditado é seguido à risca por diversas empresas de varejo, principalmente na área de compras. A justificativa se ampara em lendas urbanas como a de que só o dono é confiável (como se não houvesse problemas familiares); que somente o dono pode dar credibilidade às negociações (como se o conceito de delegação não existisse); ou ainda que ninguém tem o tino comercial do dono (também conhecida como Síndrome da Mão de Deus).Basta olhar para as redes de varejo que cresceram e se tornaram empresas de verdade, e não apenas negócios tratados como meio de vida. Via de regra, essas empresas possuem executivos de mercado competentes e estruturas de governança para assegurar que o seu futuro não dependa somente de quem está ali para engordar o boi.
"Casa de ferreiro, espeto de pau!"
Verdade para as redes que são negócios e não empresas de verdade. Por vezes, abusa-se desse ditado. É frequente que o ambiente e os produtos oferecidos aos clientes não reflitam a estrutura interna da empresa aos seus funcionários. Alegações como controle de custos e cultura econômica, dentre outras, criam a base para que esse ditado seja tão amplamente praticado.
Mesmo redes que comercializam produtos e serviços de alta tecnologia, por vezes possuem sistemas de informação totalmente defasados, rodando em plataformas obsoletas. Isso gera uma economia somente na aparência, pois a perda de produtividade das equipes raramente é aferida. Nas empresas de verdade, a estrutura interna é tão valorizada quanto aquela oferecida aos clientes, principalmente os sistemas de informação, que são a base para a produtividade. E isso não é feito por mero status corporativo, ou para impressionar. É que as empresas de verdade sabem que seus funcionários também são seus clientes.
"Farinha pouca, meu pirão primeiro!"
Verdade, se você não pretende comer pirão com aquela pessoa novamente. Apliquemos esse ditado à área de compras das empresas, onde ocorrem diariamente vários processos de negociação. Em ambientes altamente competitivos, parece certo que para uma das partes se dar bem, a outra parte, necessariamente, tem que se dar mal. E entram-se em batalhas cansativas, onde ambos tentam garantir o seu "pirão", independente de quanto vai sobrar para o outro (se sobrar). Mas o que temos observado é que os processos de negociação nessa área têm sido mais cooperativos do que competitivos, buscando-se assim maior longevidade na relação comercial.
Tem-se reduzido o volume de fornecedores, justamente para fortalecer as relações com aqueles com os quais vale a pena trabalhar. Assim, pode-se obter maior equilíbrio de forças nas negociações, oportunidades de melhorias e ganhos bilaterais. Obviamente, sem perder de vista que o maior beneficiado deve ser o consumidor. Tudo isso parece fazer crer que, mesmo quando a "farinha" é pouca, vale à pena dividi-la.
Tem-se reduzido o volume de fornecedores, justamente para fortalecer as relações com aqueles com os quais vale a pena trabalhar. Assim, pode-se obter maior equilíbrio de forças nas negociações, oportunidades de melhorias e ganhos bilaterais. Obviamente, sem perder de vista que o maior beneficiado deve ser o consumidor. Tudo isso parece fazer crer que, mesmo quando a "farinha" é pouca, vale à pena dividi-la.
Fonte: Administradores
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