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6 de fevereiro de 2015

A importância da auditoria interna


Ao pensar em Auditoria Interna, lembro-me da frase do meu amigo Michel Macedo (Auditor interno nas Lojas Riachuelo):

“A Auditoria chegou, a casa caiu!!!” Ele costumava dizer em tom de brincadeira ao chegar a uma filial ou unidade de negócios.

A globalização da economia e o surgimento de mercados comuns fazem com que a auditoria interna deixe de ter uma função com conotação de “Policia Federal” e “Repressiva” para ter uma função de assessoramento à alta administração e gestores para o cumprimento da missão empresarial.

No cenário atual do ambiente das organizações, vem demandando, cada vez mais, a adoção de medidas e técnicas de acompanhamento e controle que visam minimizar falhas e evitar problemas que coloquem em risco a imagem da entidade, diante dos acionistas, dos clientes e do mercado em geral.

Essa nova postura corporativa tem proporcionado a materialização e a aplicação de diversos mecanismos, objetivando não apenas detectar e mensurar possíveis problemas, como também o oferecimento de alternativas de soluções. Entre esses mecanismos, destacam-se as políticas de gestão de riscos relacionadas à auditoria interna.

Os resultados do trabalho da auditoria interna, além de se constituírem em algo precioso para tranquilizar os gestores, fornecem recomendações corretivas e preventivas à exposição da organização face aos riscos empresariais que podem ser de natureza sistêmica, operacional, financeira, tecnologia da informação, recursos humanos, mercadológicas e de fatores externos que podem impactar os resultados e estratégias globais da empresa.

Assim, adicionalmente, o trabalho eficaz da auditoria interna libera os gestores para a condução e o gerenciamento dos negócios, permitindo-lhes exercer com segurança o processo decisório sobre as importantes transações Empresariais.

Enquanto a auditoria externa tem por finalidade emitir pareceres sobre as demonstrações financeiras, a auditoria interna tem como função principal avaliar o processo de gestão, no que se refere aos seus diversos aspectos, tais como a governança corporativa, gestão de riscos e procedimentos de aderência às normas regulatórias, apontando eventuais desvios e vulnerabilidade às quais a organização está sujeita. Diante desse cenário, e ainda, às novas exigências regulatórias que seguem na tendência mundial de fortalecimento, cada vez mais evidenciado nas estruturas de controle, tem aumentado consideravelmente, por parte das organizações, a criação ou o aperfeiçoamento do controle de riscos, levando, por consequência, a elevação do grau de importância das atividades desempenhadas pela auditoria interna.

Nesse sentido, a importância da auditoria interna no processo de gestão tem aumentado a exigência por um alto grau de especialização do quadro de auditores, o que pressupõe uma equipe com visão multidisciplinar, atuando de forma coordenada e tendo como finalidade básica o assessoramento da administração por meio do exame e avaliação, entre outros, os seguintes aspectos:

a) adequação e eficácia dos controles;

b) integridade e confiabilidade das informações e registros;

c) integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para assegurar a observância das políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e regulamentos, assim como da sua efetiva utilização;

d) eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e utilização dos recursos, dos procedimentos e métodos de salvaguardas dos ativos e a comprovação de sua existência, assim como a exatidão dos ativos e passivos;

e) compatibilidade das operações e programas com os objetivos, planos e meios de execução estabelecidos;

f) mensuração dos problemas e riscos, assim como o oferecimento de alternativas de solução.

Portanto, a estruturação de uma equipe multidisciplinar e devidamente capacitada é condição para a eficiência e eficácia dos trabalhos, uma vez que as avaliações dependem da correta decodificação de percepções sobre diferentes assuntos, no que se refere às pessoas, à logística, aos controles, ao processo de gestão administrativa, entre outros.

Diferenças Básicas entre a Auditoria Interna e a Auditoria Externa:

De forma global, o trabalho executado pela Auditoria Interna é idêntico aquele executado pela Auditoria externa. Ambas realizam seus trabalhos utilizando-se das mesmas técnicas de auditoria; ambas têm sua atenção voltada para o controle interno como ponto de partida de seu exame e formulam sugestões de melhorias para as deficiências encontradas; ambas modificam a extensão de seu trabalho de acordo com as suas observações e a eficiência dos sistemas contábeis e de controles internos existentes.

Entretanto, os trabalhos executados pelos Auditores Internos e Externos têm suas diferenças básicas caracterizadas por:

Auditoria Interna

- A auditoria é realizada por um funcionário da empresa
- O objetivo principal é atender as necessidades da administração
- A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizada para desenvolver aperfeiçoamento e para induzir ao cumprimento de políticas e normas, sem estar restrito aos assuntos financeiros
- O trabalho é subdividido em relação às áreas operacionais e às linhas de responsabilidade administrativa
- O auditor diretamente se preocupa com a detecção e prevenção de fraude
- O auditor deve ser independente em relação às pessoas cujo trabalho ele examina, porém subordinado às necessidades e desejos da alta administração
- A revisão das atividades da empresa é contínua

Auditoria Externa

- A auditoria é realizada através de contratação de um profissional independente
- O objetivo principal é atender as necessidades de terceiros no que diz respeito à fidelidade das informações financeiras
- A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizada para determinar a extensão do exame e a fidelidade das demonstrações financeiras
- O trabalho é subdividido em relação às contas do balanço patrimonial e da demonstração do resultado
- O auditor incidentalmente se preocupa com a detecção e prevenção fraudes, a não ser que haja possibilidade de substancialmente afetar as demonstrações financeiras
- O auditor deve ser independente em relação à administração, de fato e de atitude mental
- O exame das informações comprobatórias das demonstrações financeiras é periódica, geralmente semestral ou anual.

Fonte: Portal Prevenir Perdas
Autor: Carlos Landi