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10 de julho de 2014

Como montar uma equipe com funcionários de perfis diferentes

Como formar equipes com o equilíbrio ideal de personalidades e perfis pessoais: A teoria e as ferramentas de Meredith Belbin

Assim como uma boa equipe de futebol não é composta somente por bons atacantes, a equipe de trabalho ideal também
não pode ter
somente líderes
ou “teamworkers”. É necessário que exista um equilíbrio de funções e personalidades para que a equipe desenvolva o máximo de seu potencial.

O desempenho de uma equipe, entretanto, depende da qualidade do entrosamento entre seus membros. Cada pessoa traz uma personalidade e experiência profissional e pessoal que terão impacto na equipe. A formação de um todo harmonioso será influenciada pela maneira como estas personalidades e experiências se articularão. Belbin notou que ter as pessoas certas para formar uma equipe não ocorre por acidente. O maior desafio para o formador de equipes é exatamente saber se os membros são os melhores para fazer parte da equipe, ou seja, a seleção.

Colocar em prática a teoria poderia eliminar o risco de ter todos os membros da equipe com tendências para desenvolver o mesmo papel, ou ter muitos membros com tendências conflitantes, o que leva a uma completa falta de sinergia. Identificar os papéis que as pessoas se sentem mais confortáveis desempenhando seria a maneira mais efetiva de agrupar indivíduos, e também de selecionar indivíduos para certas profissões ou funções. As descrições feitas neste artigo permitem observar que diferentes personalidades têm seu próprio conjunto de características com potenciais e fraquezas, não existindo uma equipe (Team Role) ruim ou boa em essência. Porém, uma equipe de líderes não pode progredir, pois onde todos queiram liderar, a administração de conflitos ocupará a maior parte do tempo.

Pode-se notar que algumas combinações de perfis parecem mais difíceis de gerenciar que outras. Por exemplo, é possível prever dificuldades entre o Formatador e o Monitor; ou entre o Especialista e o Investigador de Recursos, que se tiverem características fortes de cada perfil, poderão entrar em conflito.

É possível encontrar também pessoas que desenvolvem diferentes papéis dependendo da necessidade da equipe. Entretanto, a contribuição de indivíduos que não se enquadram em nenhum dos perfis é quase insignificante às suas respectivas equipes, o que faz concluir que a falta de um ou poucos perfis mais marcantes não é exatamente uma qualidade desejável.

Abaixo uma descrição dos nove Team Roles, ou papéis preferenciais, identificados por Belbin. Estes papéis preferenciais também correlacionam os indivíduos com certas profissões ou tipos de trabalho:


*Baixe no final do artigo um questionário para descobrir qual dos papéis acima melhor descreve o seu perfil!

Segundo Keen, não é necessário (nem mesmo recomendável) ter sempre os nove papéis, mas alguns são realmente essenciais para atingir o máximo grau de efetividade:
  • Um Coordenador ou um Formatador para liderar (não os dois ou mais de um deles, uma vez que é mais prático não tê-los na mesma equipe devido às dificuldades de se gerenciar os conflitos);
  • Um Semeador para estimular idéias;
  • Um Monitor para manter a honestidade e clareza de objetivos;
  • Um ou mais dos outros perfis – Implementador, Trabalhador em Equipe, Investigador de Recursos ou Completador – para que as coisas aconteçam.
As funções dos nove papéis:

- Implementadores - têm o senso comum prático e muito autocontrole e disciplina. Trabalham arduamente e atacam as tarefas de uma forma sistemática. De modo geral, o implementador é tipicamente uma pessoa cuja lealdade e interesse estão na empresa. Entretanto, pode-lhes faltar espontaneidade e sobrar rigidez. São eficientes e têm bom senso do que é praticável e relevante. Um implementador fará o que necessita ser feito, progredindo frequentemente para posições elevadas pelas habilidades e competências em tarefas necessárias.
    Função: é útil por causa de sua confiabilidade e à capacidade de se aplicar ao trabalho.

    - Formatadores - altamente motivados e possuem muita energia e necessidade de realização. Geralmente são extrovertidos-agressivos e gostam de desafiar e ganhar, de conduzir e empurrar os outros para a ação. São hábeis em vencer obstáculos, mas tendem a mostrar fortes respostas emocionais a toda forma de desapontamento ou frustração. Formatadores são determinados e argumentativos, e pode lhes faltar sensibilidade inter-pessoal. Este é o papel mais competitivo dos nove. Não temem a impopularidade e, como o nome sugere, querem dar forma às atividades do grupo.
      Função: geralmente são bons gerentes porque geram ação e prosperam sob pressão.

      - Finalizadores - possuem uma capacidade enorme de terminar o trabalho e dar atenção aos detalhes. Não começam nada que não possam terminar. Motivados pela ansiedade interna, externamente são impecáveis. Tipicamente introvertidos, requerem pouco estímulo ou incentivo externo. Podem ser intolerantes com aqueles que possuem uma disposição mais relaxada. Não gostam de delegar, preferindo fazer sozinhos o trabalho. Promovem o sentido de urgência dentro de uma equipe. São bem sucedidos pelos padrões elevados a que aspiram, e por seu interesse na precisão e confiabilidade do seu trabalho.
        Função: criam um senso de urgência na equipe e são bons cumpridores de etapas. Em gestão eles sobressaem pelo alto padrão que normalmente aspiram e pela preocupação com a precisão e o detalhe.
        - Semeadores - inovadores e altamente criativos, são os que semeiam idéias. Preferem certo distanciamento dos outros membros da equipe, usam a imaginação e frequentemente trabalham de modo pouco ortodoxo. Tendem à introversão e não reagem bem a críticas. Suas idéias são frequentemente radicais e podem ser pouco práticas. São independentes, inteligentes e originais. Ter muitos semeadores em uma organização ou equipe, entretanto, pode ser contraproducente, já que estes tendem a ocupar seu tempo reforçando suas próprias idéias e são combativos entre eles.

        Função: gerar propostas, idéias novas e resolver problemas complexos - são normalmente fundadores de empresas e criadores de produtos novos.

        - Monitoradores - sérios, prudentes, imunes ao excessivo entusiasmo. São lentos para tomar decisões, pois preferem pensar sobre as coisas. Geralmente têm habilidade crítica elevada e capacidade para examinar todos os aspectos de uma situação. Um Monitor puro raramente erra. Para muitos observadores, o Monitor pode aparentar ser austero, desinteressante e demasiado crítico. Muitos se surpreendem que ocupem normalmente cargos gerenciais. Não obstante, muitos monitores ocupam cargos altos, pois em muitos desses o sucesso depende de um número relativamente pequeno de decisões importantes.
          Função: analisar problemas e a avaliar idéias e sugestões, pesando vantagens e desvantagens de varias opções.

          - Especialistas - são dedicados e se orgulham de adquirir habilidades técnicas e conhecimento especializado. Suas prioridades centram-se em atingir o mais alto padrão profissional e em promover e defender suas habilidades. O especialista torna-se perito pelo compromisso único com o conhecimento ultra-especializado. Poucas pessoas têm a determinação ou aptidão para serem um especialista puro.
            Função – às vezes são indispensáveis em uma equipe porque fornecem a habilidade rara em que o serviço ou o produto da firma são baseados. Como gerentes, comandam somente porque sabem mais sobre sua profissão do que qualquer outro.

            - Coordenadores - a característica mais marcante dos coordenadores é sua habilidade de fazer com que outros trabalhem em objetivos compartilhados. Maduros, confiantes e confiáveis, delegam prontamente. Em relações inter-pessoais, são rápidos para encontrar talentos individuais e usá-los para alcançar os objetivos do grupo. Tem uma visão abrangente das coisas e do mundo, o que geralmente incita respeito.
              Função: coordenar equipes com características diversas. Saem-se melhor trabalhando com iguais que com subordinados;

              - Unificadores (ou teamworkers) - são os membros que oferecem o maior apoio pessoal à equipe. São sociáveis e genuinamente interessados nos outros. Flexíveis, se adaptam bem a situações e pessoas diferentes. São perceptivos e diplomáticos, bons ouvintes e geralmente populares, mas podem ser indecisos. Não gostando de conflito, empenham grandes esforços em evitá-lo. É comum que sejam gerentes em empresas dominadas por Formatadores. Isto cria um clima em que as habilidades diplomáticas e perceptivas de um trabalhador em equipe se transformem em recursos reais.
                Função: impedir que os problemas inter-pessoais se desenvolvam dentro de uma equipe e permitir, assim, que todos os membros contribuam eficazmente.

                - Desenvolvedores - entusiásticos, rápidos e extrovertidos, são negociadores naturais, dentro e fora da companhia, e são peritos em explorar oportunidades novas e desenvolver contatos. O investigador de recursos é eficaz na escolha de boas idéias e em seu desenvolvimento. Hábil em encontrar e trazer recursos para a equipe, em saber o que está disponível e o que pode ser feito, é normalmente bem recebido por sua postura agradável. Entretanto, a menos que seja motivado, seu entusiasmo pode desvanecer rapidamente.
                  Função: bons em explorar e relatar idéias, em desenvolvimentos ou em recursos fora do grupo. A escolha perfeita para o papel de negociador, de fazer contatos externos ou networking.
                  Os Team Roles ou papéis não são absolutos e podem se desenvolver e amadurecer com o tempo, experiência e atenção contínua.

                  Colocamos um questionário para download AQUI. Responda e poste o resultado do seu teste nos comentários!

                  Autor: Viviane Carvalho Bejarano
                  Fonte: COBENGE / Belbin Associates