Adicione aos favoritos, compartilheClique no botão Opções do Artigo;

30 de abril de 2014

Como evitar produtos vencidos nas prateleiras

5 maneiras de evitar produto vencido.

No auto serviço, o varejista lucra tanto quanto perde. Desequilibre essa briga evitando prejuízos provocados por produtos com validade vencida.

Num setor em que o trabalho árduo
rende, em média, lucro líquido de apenas 2% do faturamento total, todo esforço para conter perdas vale a pena. Sobretudo para os supermercados brasileiros que deixam escorrer pelos dedos 2,05% de suas receitas com quebras. Os dados são da 9ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, pesquisa realizada anualmente pelo Provar (Programa de Administração de Varejo), ligado à Universidade de São Paulo, com 77 companhias, sendo 66% delas do autosserviço. Em super e hipermercados, o conjunto das quebras operacionais representa 46,4% do índice de perdas. Os produtos com data de validade expirada respondem por 34,7% dessa fatia.



“Essa situação não é boa para o varejo nem para a indústria. Se o cliente ou a Vigilância Sanitária encontram algum item fora do prazo, a loja perde vendas e sofre sanções”, alerta Patrícia Vance, coordenadora do grupo de prevenção de perdas do Provar. As infrações são sujeitas a penalidades que variam de advertência até multas entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Alexandre Ribeiro, especialista em varejo da consultoria RDias, afirma que é possível lidar com o problema, desde que o supermercadista faça um acompanhamento do produto – do pedido à gôndola, incluindo ainda seu comportamento durante as promoções. Para ele, existem cinco regras básicas que, se obedecidas, evitam problemas e garantem a satisfação do cliente.

1ª CÁLCULO de compra
Comprar errado atrapalha os negócios e a gestão dos estoques. O comprador não pode orientar os pedidos apenas por vantagens comerciais. Deve sempre acompanhar a demanda. Para calcular o volume da compra, é preciso considerar a cobertura de estoque de cada item, ruptura e venda média. Já as ações promocionais merecem ainda mais atenção, uma vez que o consumo aumenta, fugindo aos padrões tradicionais.


2ª CONTROLE no recebimento
O supermercado precisa criar um processo rígido de recebimento de mercadorias nos centros de distribuição e nos depósitos. Se o produto estiver com a data de validade próxima do vencimento, o funcionário não deve recebê-lo. Um item cujas compras são feitas semanalmente deve ter, no mínimo, 10 dias de prazo. O cálculo é feito por Ribeiro: oito dias correspondem ao período de espera até o estoque ser reposto, e os outros dois são usados como margem de segurança. Caso aceite produtos fora desse intervalo, a rede pode ser alvo de novas entregas com datas de validade perto de expirar.


3ª INTELIGÊNCIA no mix
Um mix amplo favorece o cliente, mas também causa quebras com produtos vencidos. Se o sortimento apresentar excesso de SKUs, os de baixo giro provavelmente vão encalhar, fi cando impróprios para o consumo. Da mesma forma, colocar uma mercadoria em oferta sem observar o impacto da ação na categoria gera prejuízos. Ribeiro exemplifi ca: se o supermercadista trabalhar com quatro marcas de linguiça e fi zer promoção de apenas uma, o giro da versão em oferta aumenta, enquanto o das demais cai. Sobram produtos e, portanto, cresce o risco de a data de um deles ultrapassar a validade.

De acordo com o consultor da RDias, o problema tem uma única solução: gerenciamento por categoria. Com a ferramenta, o varejista analisa o giro de todos os itens, exclui os que saem pouco, é cuidadoso na introdução de novos produtos e expõe de maneira racional, seguindo os critérios de escolha do consumidor. Assim, tem um sortimento mais calibrado ao consumo, reduzindo as perdas.

4ª ORGANIZAÇÃO de estoque
Na hora de estocar a mercadoria, é preciso observar se itens pesados estão em cima dos mais leves; ou se produtos frágeis ficam em locais de intenso fluxo de pessoas, sujeitos ao contato frequente. Essas situações propiciam a maturação precoce, deixando a mercadoria imprópria para o consumo, ainda que no prazo de validade. Outra prática trabalhosa, porém eficaz, diz Ribeiro, é a do PE-PS (primeiro que entra, primeiro que sai). Trata-se de remanejar os itens de validade próxima de expirar para a frente do estoque ou da gôndola, de modo que fiquem mais acessíveis à exposição e ao consumo.

5ª TROCAS e devoluções
O consultor Alexandre Ribeiro não descarta a troca de produtos vencidos ou com prazo de validade perto do fim. Mas aconselha o varejista a não recorrer a essa prática repetidas vezes. Trocas e devoluções mascaram as deficiências da equipe no processo de prevenção de perdas. E minam o poder de barganha dos compradores, pois, em negociações futuras, os fornecedores tendem a recuperar o prejuízo.

Fonte: Supermercado Moderno